O período de férias escolares no estado de São Paulo irá mudar em 2020. O anúncio oficial foi feito pelo Governo de São Paulo, juntamente com o Ministério da Educação. O regime irá passar dos atuais dois períodos (julho e verão) para quatro períodos.
As mudanças serão aplicadas em toda rede pública estadual de ensino. Segundo o governo, a medida vai impactar positivamente a aprendizagem dos estudantes e ainda promete aos docentes que serão realizados 200 dias letivos por ano.
Mas a notícia não foi recebida com bons olhos por professores e outros envolvidos na área de educação. Eles acreditam que a efetividade pedagógica com a mudança não trará benefício e ainda dificultará a rotina de aulas, principalmente por conta dos feriados.
Como serão as férias escolares em quatro períodos?
Hoje o calendário de dias letivos prevê para os alunos 15 dias de descanso em dezembro e os meses de janeiro e julho de descanso completo. Já para os professores atualmente as férias são 15 dias em dezembro, 15 em janeiro e 15 em julho. Eles retornam um pouco antes para preparar os materiais dos próximos dias letivos.
Com as mudanças propostas pelo atual governador João Doria (PSDB), as férias de dezembro serão encurtadas, iniciando-se no dia 24 de dezembro. As férias de julho também serão reduzidas para 15 dias e haverá outros dois períodos de férias próximos ao feriado de Tiradentes em abril e de Nossa Senhora Aparecida em outubro.
Os quatro períodos de férias irão melhorar o desempenho dos alunos?
Segundo a Secretaria de Educação a divisão das férias tem por objetivo melhorar o desempenho dos estudantes em todas as matérias. Isso porque segundo a secretaria um mês de férias acaba prejudicando o aprendizado, pois os alunos ficam muito tempo fora das salas. Outra justificativa é que os alunos precisam de mais períodos de descanso para não sobrecarregar a mente, proporcionando um aprendizado maior.
Mas muitos docentes acreditam que a divisão das férias não trará um impacto tão significativo pois a qualidade do aprendizado, depende exclusivamente da qualidade do ensino. Para eles o que é preciso fazer para que os alunos de todas as idades aprendam melhor é promover técnicas de ensino onde haja um envolvimento, reflexão e que seja algo instigante e que desperte curiosidade.
Mas qual a justificativa
A secretaria levantou alguns estudos que mostram a queda de desempenho nos estudantes dos Estados Unidos que estudam em escolas que proporcionam longas férias de verão. Porém em depoimento Helena Singer, PHD em sociologia, é errado realizar um comparativo com outras culturas, afinal os estudos, principalmente no país norte americano, não condiz com nossa realidade.
Nos EUA há a necessidade de férias mais prolongadas pois durante o período do verão há uma grande estiagem por todo o país, causando inclusive problemas de saúde em parte da população. No inverno a mesma coisa, as ruas de grande parte do país ficam repletas de neve, o que dificulta a locomoção. Portanto estes extremos acabam influenciando em toda a cultura local.
Nesta mesma linha de raciocínio, a Secretaria acredita que como no Brasil não há estações marcantes como as americanas, os períodos de férias não precisam ser exclusivos do verão e inverno, proporcionando um descanso melhor em intervalos durante o ano, mesmo que em menos dias.
Mas é preciso avaliar melhor o impacto desta notícia, principalmente após uma experiência na prática em 2020.
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