Oficialmente, a limpeza do interior do prédio onde funcionou a Boate Kiss iniciou na manhã de ontem, dia três de dezembro. A entrada ao prédio está autorizada, até então, para apenas 15 pessoas, entre profissionais que farão a limpeza, representantes da empresa proprietária do prédio e técnicos da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam). As atividades ocorrerão em horário comercial, das 8h às 18h, com trancamento do trânsito na Rua Dos Andradas. A previsão é de que a limpeza aconteça até este sábado (6).
O projeto de limpeza do prédio da Kiss foi autorizado pela Fepam ainda no último dia 3 de outubro. Técnicos do órgão estadual, vindos de Porto Alegre, devem acompanhar os trabalhos de limpeza no interior da estrutura. Laudos realizados no ano passado constataram a presença de mais de 200 tipos de produtos tóxicos, muitos deles cancerígenos, entre os destroços da casa noturna.Toda a estrutura do prédio da Boate Kiss possui 639,716 m² (conforme o registro do imóvel) de área total, tendo sido adquirido em 2002 pela atual empresa proprietária, a Eccon Empreendimentos de Turismo e Hotelaria, pelo valor de R$ 180 mil.
O juiz da 1ª Vara Criminal, Ulysses Fonseca Louzada, responsável pelo processo principal,concedeu à imprensa ao final da manhã desta quarta-feira uma coletiva de imprensa para explicar sobre o procedimento de limpeza e destino do prédio. Louzada também informou que, para esta sexta-feira, dia cinco, pretende ir ao local.
Em quase dois anos de processo, a situação do prédio só passou a receber a limpeza necessária neste momento. Louzada salientou que o serviço não ocorreu anteriormente devido à negociação entre o proprietário e as empresas que poderiam efetuar o serviço. Além disso, o juiz salienta a existência do plano elaborado pela Fepam, que fiscalizará todo o serviço executado durante a limpeza. “Não adianta apressarmos demais e errarmos. Vamos com calma, serenidade, mas sempre caminhando para frente”, pondera o magistrado.
“Desde dezembro do ano passado, quando chegou a informação de que existiam cerca de 200 toxinas na Boate, trouxe a nós uma grande preocupação. Informamos aos órgãos competentes sobre a questão e foi feito um laudo”, relata o juiz. Louzada salienta que a limpeza precisa ser feita para dar seguimento ao procedimento criminal. “Se tivermos que ingressar no ambiente, ingressaremos”, reforça Louzada.