Logo após encerrar o primeiro turno da PEC da Reforma da Previdência, Rodrigo Maia, atual presidente da Câmara dos Deputados, deu algumas entrevistas onde citou que o principal motivo do “atraso” na aprovação da reforma foi por conta do governo Bolsonaro ser muito desorganizado.
O governo segundo ele conta com uma base muito desorganizada ou as vezes parece nem ter base de apoio no Congresso Nacional. E esse fator é o que mais atrapalha na hora de aprovar ações tão importantes como a Reforma da Previdência, isso porque não há articulação política do Palácio do Planalto na Câmara.
Os debates sobre a Reforma eram para ocorrer na manhã de terça-feira (09/07), mas a pouca mobilização dos parlamentares que estão ao lado do governo, fez com que a realização das discussões fossem iniciadas somente na manhã de quarta-feira (10/07).
Segundo Rodrigo Maia, a desorganização do governo atrapalha as discussões pois há muita fofoca, muita conversa e até mesmo atrasos por conta de situações que nem influenciam diretamente na discussão, como é o caso do governo “não liberar emendas parlamentares” para obter votos, até porque segundo Maia, a partir de 2020, o Orçamento é impositivo, ou seja, o governo não poderá liberar nada além do que já estava programado para o ano.
“… Se o governo não tiver base, é preciso perder muito tempo para organizar uma. Então o início da semana foi dedicado somente para essa organização. Então quando foram iniciadas a análise dos destaques, logo após o texto principal, ai é que foi nítido a sua desorganização…”
Maia ainda cita que diante da falta de articulação do Palácio do Planalto dentro da Câmara Legislativa, ele o relator da PEC, deputado Samuel Moreira, além de líderes de outros partidos que apoiam a reforma, foram os responsáveis por organizar a votação do texto-base, dos destaques e emendas para finalizar a votação.
Apesar do clima ser amigável entre Maia e o governo Bolsonaro, esta foi a segunda crítica direta à articulação política do presidente em menos de uma semana.