Valkíria Silvia Honorato, de 36 anos, alertou a filha para a seriedade de “fechar com a família” ao telefone e falou que “não é brincadeira”.
Segundo uma das dez denúncias oferecidas pelo Ministério Público do Mato Grosso do Sul, em face de mais de 80 membros do Primeiro Comando da Capital (PCC), tal compromisso de “fechar” a que se refere a mulher é com a facção, da qual faz parte há uma década.
Damas do Crime
De acordo com o nível de participação, Vakiria faz parte do grupo de 24 mulheres implicadas em 10 denúncias relacionadas ao tráfico de drogas, ajuizadas na 5ª Vara Criminal de Campo Grande em setembro.
As denúncias incluem associação ao tráfico e tráfico de drogas, entre outros crimes.
Essas denúncias foram separadas em grupos, de acordo com critérios de proximidade e área de atuação.
Acontece que elas assumem um protagonismo maior do que se poderia esperar. A maioria delas acabam exercendo as lideranças em virtude da prisão de seus companheiros, antigos líderes da facção.
O Regresso
Essas denúncias, oferecidas pelo MP na metade do mês passado, entre os dias 10 e 14, são frutos diretos da Operação Regresso. Cuida-se de uma operação policial deflagrada no final de agosto.
Atingido os municípios de Campo Grande, Dourados, Corumbá e Três Lagoas, a operação se deu para o cumprimento de 35 mandados de prisão. Boa parte desses mandados dizia respeito a pessoas que já se encontravam em presídios.
No total, são 86 os acusados, mas eram originalmente 87. O último deles, Cleyton de Jesus Medeiros, o “G7”, foi morto em conflito.
A investigação data de mais de dois anos atrás, tendo sido iniciada no início de 2018 sob a responsabilidade do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado).
Foi possível identificar os grupos criminosos a partir de grampos telefônicos, vigilância e trabalho de campo.