Shopping Popular vai reunir camelôs, artesãos e ambulantes que hoje atuam no Centro da cidade.
Uma parceria público-privada vai tirar o Shopping Popular do papel. O prédio que durante décadas abrigou o Cine Independência e que depois foi usado como templo evangélico será o destino de camelôs, artesãos e ambulantes que atuam no Centro de Santa Maria. Hoje, às 14h30, em uma coletiva de imprensa no Gabinete do Prefeito, será lançado o edital de licitação da empresa que realizará as obras necessárias no prédio e que administrará o empreendimento por um prazo de cerca de dez anos.
De acordo com o prefeito Cezar Schirmer (PMDB), o Executivo não tem recursos para o projeto que custaria em torno de R$ 1 milhão. “A empresa que vencer a licitação realizará a obra em troca da administração do local”, explica. Os responsáveis terão a livre utilização do local e a fonte de lucro poderia vir da utilização de uma praça de alimentação e de terminais bancários que devem ser instalados.
O shopping popular terá três andares, banheiros e mais de 200 estandes para exposição. Na coletiva de hoje será apresentada a planta do local, além do projeto de distribuição dos trabalhadores informais. Segundo o prefeito, já está sendo realizado um diálogo com cada uma das três categorias que se mudarão para o local. Depois que o edital for lançado e a empresa vencedora conhecida, Schirmer acredita que dentro de 60 dias o local já estará apto para entrar em funcionamento.
A proposta de fazer uma união público-privada surgiu do grupo de trabalho implantado por Schirmer em 20 de fevereiro para cuidar do assunto. Fazem parte da comissão três ex-secretários de Desenvolvimento Econômico do município, de governos anteriores, Walter Bianchini, Renan Kurtz e Zoé Dalmora, além do chefe de Gabinete da prefeitura, Giovani Manica.
Embora o projeto faça parte do plano de revitalização do Centro de Santa Maria, Schirmer demonstra certo descontentamento com o local a ser destinado para o shopping popular. “Na minha opinião pessoal esta é uma solução provisória, pois aquele prédio deveria ser um espaço cultural. Porém, vamos seguir o projeto do governo anterior”, analisa.
No entendimento do prefeito, artesãos, ambulantes e camelôs não deveriam usar o mesmo espaço, pois os primeiros representam uma atividade cultural e os outros dois têm negócios voltados diretamente ao comércio. Contudo, ele acredita que, no momento, o shopping popular é o primeiro passo para dar início à recuperação do Centro.
“O Centro de Santa Maria é um espaço coletivo que deve de todos e não usado como é hoje. A Avenida Rio Branco era linda e conhecida por todo Brasil pela sua beleza. Isso nós queremos de volta”, projeta Schirmer.
Projeto antigo
Já foram investidos cerca de R$1,3 milhão na construção do shopping popular durante o segundo mandato de Valdeci Oliveira (PT) na prefeitura. O Hipermercado Carrefour injetou R$ 1 milhão, como contrapartida pelos investimentos do município para a implantação da rede francesa na cidade.
O restante da verba, R$ 290 mil, foi proveniente de uma emenda parlamentar do deputado federal Paulo Pimenta (PT), através do Projeto de Inclusão Produtiva do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS).