Segundo o Vice-Presidente da República Hamilton Mourão, as ações para combater o desmatamento na Amazônia começaram tarde demais. Segundo ele, o recorde de alertas sobre os danos ambientais em julho está ligado a um atraso das ações de contenção, que deveriam ter sido iniciadas em dezembro de 2019.
Mourão é presidente do Conselho da Amazônia deu sua opinião enquanto discutia os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Impe) divulgados na última sexta-feira (10).
Segundo o Impe, em junho 1.034,4 km² da área total da região amazônica estava sob alerta de desmatamento. O número é recorde para o período, de acordo com a série histórica que teve início em 2015. Em todo o semestre, houve um aumento de 25% em relação ao ano de 2019, sendo que os alertas do Impe indicam 3.069,57 km² de área devastada.
Em agosto de 2019 uma operação que durou sessenta dias buscou controlar e minimizar o desmatamento. Em fevereiro de 2020 foi criado o Conselho da Amazônia, mas somente em maio teve início a operação Verde Brasil 2. Executada pelas forças armadas, a intervenção visa combater principalmente incêndios e desmatamento ilegal. Na opinião de Mourão, entretanto, haveria melhores resultados se ela tivesse sido iniciada em dezembro de 2019.
Na última sexta-feira (10) o Governo Federal publicou no Diário Oficial da União um decreto prorrogando a operação na Amazônia até 06 de novembro. Mourão diz que as ações continuarão, até que os desmatadores entendam que tal atitude não é mais aceitável.
Por fim, o Vice-Presidente informou que é necessária uma realocação de servidores públicos, destinando-os à fiscalização in loco, vez que faltam fiscais para o trabalho. Mourão mostrou irritação com a impossibilidade técnica de transferir servidores concursados para a realização de serviços administrativos para realizar a fiscalização.
O novo posicionamento brasileiro e a preocupação com o desmatamento surgem no momento em que a pressão interna e externa aumenta. A questão ambiental tem balizado acordos internacionais de comércio e o Brasil já recebeu indicativos de que sua postura quando ao desmatamento da Amazônia não estava agradando. Para manter as exportações em dia, o governo está agindo.