O mercado financeiro brasileiro amanheceu a terceira semana do mês de maio a todo vapor. Isso se deve ao fato de que na manhã desta segunda-feira, dia 13 de maio, surgiu o alarde do fim do abono salarial no Paraná e em outros quatro estados do Brasil, a partir de um trecho da Reforma da Previdência proposta pela equipe econômica de Bolsonaro (PSL).
O texto fala que o benefício concedido a trabalhadores de baixa renda, será cortado para todos aqueles que recebem valores acima de um salário mínimo nacional, que hoje está em R$ 998. O abono salarial hoje é pago para trabalhadores formais que recebem até dois salários mínimos, ou seja, até R$ 1996.
Fim do abono salarial nos estados
Além do Paraná, também São Paulo, Santa Catarina, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, terão os benefícios cortados.
Os cortes irão atingir praticamente todos os trabalhadores destes estados, pois grande parte deles conta com um piso salarial estadual, acima dos R$ 998, o que já exclui o trabalhador automaticamente, pois nenhum empregador pode contratar qualquer funcionário por menos que o piso.
No Paraná, por exemplo, o mínimo estadual é de R$ 1.306,80, onde após a reforma irá praticamente zerar todos os benefícios pagos à trabalhadores com carteira assinada.
Diante da situação, os parlamentares das regiões sul e sudeste estão preparando algumas emendas para evitar que as mudanças sejam feitas neste sentido. Uma das principais que já está sendo discutida é que as mudanças sejam feitas com base no mínimo estadual e não no federal.
Até mesmo deputados a favor da Reforma estão preocupados com a situação. Alguns citam que isto não é tirar privilégio dos mais ricos, mas sim prejudicar o mais pobre.
Números econômicos
Segundo o RAIS, órgão responsável pela Relação Anual de Informações Sociais, hoje existem cerca de 24 milhões de trabalhadores com carteira assinada que ganham até dois salários mínimos. Caso a proposta seja aprovada, apenas 2,6 milhões de trabalhadores terão direito ao benefício.
Mas a equipe de Paulo Guedes aposta na Reforma da Previdência para economizar valores aos cofres públicos. Segundo o Ministério econômico, o corte nos abonos irá representar uma economia de R$ 1,2 trilhão na próxima década, onde anualmente os valores economizados com o corte irão somar anualmente R$ 170 bilhões.