Segundo o relatório Violência Política e Eleitoral no Brasil – Panorama das Violações de direitos humanos de 2016 a 2020, elaborado pelas organizações Justiça Global e Terra de Direitos, aponta que há um atentado a vida de políticos a cada 13 dias.
O levantamento foi elaborado com base em notícias publicas em diversos meios de comunicação. Para tanto, foram considerados as agressões físicas e também os atentados mais graves à vida dos candidatos ou que já estivessem com mandato.
Os números
Ao todo foram registrados 125 casos de assassinato envolvendo políticos, entre os anos de 2016 e 2020. Ao todo, o número apurado foi de 327 casos de violência envolvendo políticos no território nacional.
Desse total de casos, além dos fatos envolvendo assassinato, houve 85 ameaças, 59 ofensas, 33 agressões, 21 evasões e 4 casos de prisão dos agentes políticos.
O documento aponta que o número de ataques e casos envolvendo violência vêm crescendo nos últimos anos. Muito disso se deve, principalmente, ao acirramento das discussões políticas e à polarização cada vez mais forte.
Os números crescem
O documento foi entregue ao Conselho Nacional de Direitos Humanos, na espera e que algumas decisões sejam tomadas, para tentar diminuir esses números. Em 2017 foram 19 assassinatos, em 2018 o número caiu para 17, mas em 2019 saltou para 32.
Em 2020, ano em que ocorrem eleições municipais, até o momento já foram contabilizados 27 casos. O problema é que a campanha eleitoral efetiva nem começou ainda, o que demonstra que esses números tendem a crescer.
O documento mostra que 91% das vítimas são atacadas em âmbito municipal, ou seja, vereadores, prefeitos e vices.
Impunidade
Um dos grandes problemas apontados pelo documento é que os casos, apesar de estarem aumentando, poucas vezes são esclarecidos. 63% dos ataques realizados contra a vida dos políticos não tiveram seus autores identificados.
O mesmo acontece com os casos de agressão, onde 43% da autoria permanece desconhecida.
Com a impunidade permanente, os autores tendem a entender que podem continuar repetindo os ataques, sem medo de punição.