Quem já passou pelo processo de aposentadoria sabe que ele nem sempre é rápido. Uma coisa que surpreende muita gente é que, mesmo durante o processo, instituições financeiras começam a entrar em contato, oferecendo empréstimos consignados.
A situação que, de tão veemente, pode configurar assédio, se intensifica no momento em que a decisão de confirmação de aposentadoria chega ao segurado.
Isso indica que, de alguma forma, as informações pessoais do segurado e os dados sobre o seu processo de aposentadoria estão sendo repassados, indevidamente, às instituições financeiras.
Proteção de dados
No ano de 2013, Renato Vieira, então presidente do INSS afirmou em uma entrevista que era inegável que havia aproveitamento indevido dos dados dos segurados, principalmente por empresas ligadas ao ramo de crédito.
O Brasil tem em vigor a Lei Geral de Proteção de Dados, no entanto, de pouco isso tem adiantado. Apesar disso, o Ministério Público conseguiu que a Justiça Federal de São Paulo ordenasse ao INSS que implementasse medidas de proteção de dados.
Por outro lado, apesar disso, nada tem sido feito até o momento e qualquer pessoa que passa pelo processo de conseguir um benefício tem sofrido na pele o assédio das instituições financeiras.
Dados pessoais não são públicos
Quando o trabalhador faz o pedido de benefício, ele precisa apresentar várias informações sobre sua vida, tanto profissional, quanto pessoal. Mas esses dados deveriam ser exclusivamente utilizados para a analise do benefício e nada mais.
As instituições financeiras assediam o trabalhador com a oferta de empréstimos e isso é ruim. No entanto são incapazes de fazer um contrato sem a aprovação do segurado.
O problema, então, é se, de alguma maneira, os dados caírem nas mãos de pessoas mal intencionadas e criminosos, que deem golpes.