A eminência de guerra entre Estados Unidos e Irã, onde há uma grande crise entre os países diante dos últimos acontecimentos, já está afetando a área comercial do Brasil. O país é um dos principais consumidores de carne brasileira e as sanções impostas pelos Estados Unidos, estão afetando as exportações.
O Irã é hoje o terceiro maior importador de carne brasileira, ficando atrás somente da China e Hong Kong. Até maio deste ano, foram mais de US$ 200 milhões em carnes exportadas para o mercado iraniano, uma parcela que representa praticamente 8% de todas as exportações deste segmento.
As sanções estão cada vez mais severas, principalmente após a derrubada do drone de vigilância americano de nada menos do que 131 milhões de dólares, na última semana.
Com isso diversos exportadores estão diminuindo a enviada de carne brasileira para o Irã. Faz tempo que eles estão se fechando e não estão realizando novos contratos com o Brasil. Isso se deve a ausência de leilões de importação do órgão estatal iraniano, isso porque eles não estão conseguindo ter acesso a divisas.
Outra dificuldade está com o câmbio. A crise entre EUA e Irã está dificultando que os exportadores consigam bancos para receber e cambiar os valores provenientes do Irã.
Ainda é preciso esperar um pouco para ver até que ponto as novas sanções americanas devem afetar as exportações brasileiras, pois até o momento apenas as carnes estão sendo afetadas. Produtos agrícolas que também somam uma boa porcentagem nas exportações ainda estão de fora das sanções.
Entre janeiro e abril, foram 32 mil toneladas de carne bovina exportadas para o Irã. Isso significa uma alta de 12% com relação ao ano passado, porém não se sabe o futuro das negociações.
O Irã também é um forte consumidor de grãos brasileiros. Segundo o Ministério da Agricultura, até abril o Irã importou US$ 829 milhões em produtos agrícolas. Do total, cerca de 297 milhões de dólares foi para a compra de milho e 303 milhões de dólares para a compra de soja.
Uma das soluções atuais é fornecer produtos para o Irã de forma indireta. Há empresas presentes na China, como a Cofco, que poderão assumir a logística dos produtos, já que a China continua mantendo uma boa relação com o Irã.
Banco Paulista
Outro problema forte com relação as exportações para o Irã, é com relação a investigação e prisão de funcionários do Banco Paulista. Esse banco era um dos poucos no Brasil que realizava contratos com os frigoríficos para receber os valores através da comercialização com o Irã.
A busca por outros bancos também está afetando de maneira significativa as vendas para o país persa.