Após o número de infecções por coronavírus retornar aos topos registrados dois meses atrás, a Alemanha considera testagem compulsório para turistas voltando de viagens a destinos com alto risco.
Foi o que disse o Ministro da Saúde do país, Jens Spahn, em entrevista à rádio Deutschlandfunk. Segundo ele, o governo quer fazer o máximo possível para conter o avanço do vírus, sempre respeitando os direitos básicos dos cidadãos.
“Nós estamos averiguando se é legalmente possível obrigar alguém a fazer um teste, porque poderia ser uma invasão à liberdade”, disse Spahn.
O ministro, membro veterano dos conservadores de Angela Merkel, acrescentou que as cortes do país estão avaliando se todas as medidas tomadas para conter o vírus são proporcionais à luz dos direitos fundamentais.
Turistando
Nesta sexta-feira (24), o ministro e outros secretários regionais de Saúde dos 16 estados da Alemanha concordaram em oferecer testes gratuitos a turistas alemães retornando ao país, para que se testem voluntariamente.
Aqueles chegados de destinos considerados de alto risco (como Estados Unidos, Brasil e Turquia) serão elegíveis para testagem imediata, enquanto os demais poderão ser testados dentro de três dias.
Se um turista alemão que acabou de voltar de algum dos países de alto risco testar positivo, é necessário que observe uma quarentena de quatorze dias, o que, apesar de obrigatório por lei, não tem sido muito fiscalizado.
Um bom trabalho
Mesmo com as dificuldades, a Alemanha tem sido um dos países mais efetivos em conter o avanço do vírus, graças, entre outras coisas, às testagens extensivas desde cedo na pandemia.
Contudo, vídeos recentemente divulgados de turistas alemães em Espanha levantou preocupações de que eles estão altamente expostos à infecção e, retornando ao país de origem, podem trazer o vírus consigo.
O número de novos casos confirmados aumentou bruscamente na sexta-feira (24) para 815, conforme dados do Instituto Robert Koch (RKI). É o maior registro desde a metade de maio, no pico da pandemia.
No sábado (25), o número se manteve alto, batendo a marca de 781 novos casos.
O movimento se dá em meio a um aumento recorde dos casos de coronavírus em todo o mundo, conforme reportado pela Organização Mundial da Saúde.