Mesmo com as recentes discussões referentes à troca do Bolsa Família pelo Renda Brasil, parece que isso não acontecerá no próximo ano, de acordo com o Orçamento Federal do Ministério da Cidadania. É claro que se trata de uma previsão, mas a base para esse cálculo é a quantidade de pessoa afetadas pela pandemia, por exemplo, além do número de cidadãos que já são beneficiários.
A expectativa é que mais de 15.000.000 de pessoas estejam cadastradas como beneficiárias e o número atual é de aproximadamente 13.000.000. Dessa forma, pode-se ver que o aumento dos indivíduos dependentes do Bolsa Família em 2021 tende a ser bastante considerável, evidenciando os problemas sociais que o país enfrenta e que foram acentuados com a pandemia de COVID-19.
Porém, Waldery Rodrigues, que ocupa o cargo de secretário no Ministério da Economia, trouxe à tona uma perspectiva diferente com relação a esse aumento: o alto número de pessoas precisando de auxílio mensal pode servir como estopim para que o Renda Brasil de fato “pegue”.
Afinal, é possível para muitos dizer que o Bolsa Família não teve o efeito desejado, ou seja, as pessoas continuam tendo dificuldades severas e dependendo de assistência pública. Essa pode ser a propaganda usada para o lançamento do Renda Brasil, que já foi visto com simpatia por uma parte grande das pessoas.
Se o Ministério da Cidadania estiver certo com relação ao crescimento de cadastrados no Bolsa Família no ano que vem, a cifra necessária para abastecer esse programa social ficará muito maior. Neste ano, o governo federal tem a previsão de utilizar pouco mais de R$ 29.000.000.000 para o pagamento do benefício e, no ano que vem, teria de desembolsar quase R$ 35.000.000.000.
Vale salientar que o Renda Brasil, provavelmente, representará um gasto ainda maior por dois motivos: o aumento do valor mensal de R$ 190 pago pelo Bolsa Família para R$ 300 no novo programa social e também o afrouxamento dos critérios para cidadãos se cadastrarem.