O governo divulgou nesta terça-feira (28) que o auxílio emergencial teve um grande efeito no combate à extrema pobreza no Brasil, derrubando a taxa ao seu menor nível em 40 anos.
É o que concluiu o economista Daniel Duque, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), a partir da análise de recentes pesquisas das Amostras Domiciliares do IBGE.
Com especial destaque para a Pnad Covid-19, foi possível demonstrar que cerca de 3,3% de toda a população brasileira, cerca de 7 milhões de pessoas, viviam em situação de extrema pobreza em junho deste ano.
Desde a década de 1980, a partir da qual as séries históricas passaram a ficar mais precisas, com os dados melhor refletindo a realidade do país, a menor porcentagem havia sido de 4,2%, proporção registrada em 2014.
Avanço histórico
“O auxílio emergencial atingiu mais de 80% dos domicílios das duas primeiras faixas de renda”, disse Onyx Lorenzoni, responsável pela pasta do Ministério da Cidadania.
Para o ministro, o benefício governamental atingiu os mais pobres e teve efeitos históricos palpáveis.
“Isso mostra que o benefício alcança o objetivo de dar condições de sobrevivência aos mais pobres e que, em pouco tempo, o governo federal foi capaz de retirar o maior contingente de pessoas da extrema pobreza da história recente do Brasil”, avaliou.
Brasil adentro
A Pnad Covid-19 demonstrou que o benefício alcançou cerca de 29,4 milhões de lares em junho, 43% do total de 68,3 milhões em todo país.
Em outras palavras, algo por volta de 104,5 milhões de pessoas vivem em residências onde pelo menos um integrante recebeu o auxílio, um montante que representa 49,5% da população brasileira, efetivamente a metade.
Debruçando-se sobre os domicílios mais pobres, cerca de 10% do total, com renda domiciliar per capita de no máximo R$ 50,34, uma razão de 83,5% dessas pessoas vivem em lares que receberam o dinheiro em junho.
No mês anterior, a proporção foi de 76%. A distribuição de renda sob o programa emergencial teve um grande impacto no rendimento familiar, cujo valor médio subiu para R$ 271,92.