Os problemas entre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e a equipe econômica, comandada pelo Ministro da Economia, Paulo Guedes, parecem estar aumentando de intensidade e um dos pontos atuais de discordância é o programa Renda Brasil. Teoricamente, ele seria o sucessor do Bolsa Família, criado em 2003 pelo ex-presidente Lula.
Recentemente, a Secretaria Econômica do governo chegou a declarar publicamente que uma das possíveis formas de arrecadar dinheiro para o Renda Brasil seria parar de pagar benefícios previdenciários por dois anos, coisa que enfureceu o presidente.
Hoje (15), Bolsonaro declarou que demitiria o próximo funcionário da equipe econômica que considerasse a possibilidade de suspender benefícios previdenciários. Para muitos, isso se tratou de um aviso a Paulo Guedes, que é quem comanda todos da equipe.
Contudo, ao ser abordado com relação ao assunto, Guedes assegurou aos jornalistas que não era ele o alvo das declarações do presidente.
Cabe ressaltar que já faz um tempo que Bolsonaro e o ministro da Economia parecem não se entender tão bem quanto antes. Inclusive, um desentendimento pelo mesmo assunto, no mês passado, chegou a mandar abaixo os índices da Bovespa por causa da possibilidade de que Guedes fosse desligado do governo.
Outro motivo para possíveis problemas de relacionamento entre o líder do Executivo e a equipe econômica foi a prorrogação do auxílio emergencial, já que houve dificuldade para determinar o valor das próximas parcelas. A decisão final foi de R$ 300 por mês e o pagamento continuará até dezembro.
Para reforçar que não é ele quem está correndo risco de ser demitido, Guedes contou que teve um diálogo com Bolsonaro e que a mídia publicou apenas parte da proposta econômica.