O presidente Jair Bolsonaro, em transmissão ao vivo nesta quinta-feira (23), voltou a defender o uso da hidroxicloroquina como medicamento para tratar a Covid-19, no mesmo dia em que estudo científico aponta ineficácia do remédio.
Em entrevista à Jovem Pan, o presidente afirmou que, conservando com “médicos renomados”, teve a informação de que a cloroquina tem funcionado, sem contudo nomear os profissionais.
Bolsonaro foi diagnosticado como portador do vírus no dia 7 de julho. Em seu modo de agir algo exagerado, exaltou o remédio com fervor, garantindo que 12 horas após tomar a medicação já “estava se sentindo muito bem”.
Tem que liberar isso aí
Bolsonaro, afastado de suas funções em virtude da doença, é contrário à proibição do uso da cloroquina.
“Quem não tem outra alternativa, que não fique querendo proibir a hidroxicloroquina a quem queira tomá-la devidamente receitada por um médico”, afirmou.
As declarações do presidente foram feitas no mesmo dia em que um estudo de um renomado grupo de hospitais brasileiros, a Coalizão Covid-19, publicou na revista New England Journal of Medicine um estudo apontando que a hidroxicloroquina não teve eficácia no tratamento de casos leves e moderados da doença.
O efeito que a pesquisa indicou, por outro lado, é que pacientes que fizeram uso do remédio podem estar mais expostos ao risco de arritmia cardíaca e lesão hepática.
Medidas da quarentena
Além disso, Bolsonaro criticou as abordagens policiais realizadas em cumprimento de medidas de quarentena determinadas nos Estados, para evitar o descumprimento de leis obrigando o uso de máscara e proibindo aglomerações.
“Não tem cabimento o que estão fazendo, essa maneira de ir como se fosse o predador em cima da caça na questão do isolamento”, disse.
O presidente fazia referência a um recente episódio no Rio de Janeiro em que guardas municipais, para conter um homem que se recusava a usar equipamento de proteção individual, fizeram uso de arma de eletrochoque.
Nesta quinta-feira (23), o mandatário da nação, sem uso de máscara, andou de moto na área externa do Palácio da Alvorada e parou para conversar com trabalhadores que limpavam o recinto.