Mais um caso de feminicídio ganhou destaque e revoltou a população de Rondonópolis, cidade que fica no Mato Grosso. De acordo com a família de Lusdaiara Pereira Lisboa, o responsável pela sua morte é o homem com quem ela viveu por 12 anos e que continua em liberdade. Os parentes e amigos de Lusdaiara, no entanto, estão tentando aceitar o fato de que a mulher, de 44 anos, teve a sua morte cerebral confirmada pelos médicos.
A Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa está investigando o caso e já tomou o depoimento do marido; contudo, por não haver provas conclusivas e ele não ter sido pego em flagrante, ele continuará em liberdade enquanto a investigação caminha.
É claro que esse fato enfureceu a família da mulher, que tinha dois filhos. Por isso, os familiares e alguns amigos fizeram um protesto pacífico, ressaltando a necessidade de que os casos de feminicídio recebam a devida justiça, tanto pelas vítimas quanto para que mais mulheres não sejam submetidas à mesma tragédia.
Mesmo com a morte cerebral declarada, Lusdaiara ainda está no Hospital Regional de Rondonópolis; não se sabe se a família optará pela doação de órgãos. Os familiares contaram que ela já está hospitalizada há vários dias, depois de ter recebido um tiro na cabeça.
Vale lembrar que, no país inteiro, a ocorrência de casos de feminicídio não tem trégua: em março deste ano, foi feito um balanço mostrando que esse índice teve alta superior a 7% e que, durante o isolamento social requisitado pela pandemia de coronavírus, os casos de agressão e de mortes de mulheres aumentaram de modo assustador.
Não há informações sobre o que teria sido o gatilho da ação do marido, caso ele realmente seja o responsável pelo atentado.
Mesmo assim, a família de Lusdaiara encontrou forças para, em meio ao seu protesto, conscientizar as mulheres a buscar ajuda, inclusive desenhando o X na mão e mostrando-o nas farmácias, campanha que foi criada na quarentena.