A vida não é fácil na cidade do Rio de Janeiro. Do alto escalão às favelas, o crime age na cidade como se tivesse vida própria. Para os camelôs, agora, o problema é um esquema de extorsão que envolve milicianos, traficantes e até a Guarda Municipal.
Segundo se apurou, traficantes e milicianos se uniram em um esquema, que consistia basicamente em cobrar taxas para permitir que os camelôs trabalhassem nas ruas de Madureira, bairro que fica na zona norte do Rio de Janeiro.
A operação realizada pela Polícia Civil nesta terça-feira (06), aponta que além dos milicianos e dos traficantes, fazem parte do esquema policiais, 03 guardas municipais e alguns servidores públicos.
A operação
Na manha desta terça-feira (-3), 43 mandados de busca e apreensão foram cumpridos. Um dos alvos foi Júlio César Torres Vargas, um servidor comissionado que atua no gabinete da vereadora Vera Lins (Progressistas).
O gabinete da parlamentar também foi algo e busca e apreensão, para saber exatamente o que Vargas fazia. Segundo se apurou, nos quatro meses que a polícia seguiu o homem, ele nunca esteve no Palácio Pedro Ernesto para prestar serviços.
Foram cumpridos mandados ainda contra o guarda municipal Valney Ferreira Dias; a agente de controle Urbano Alyne de Araújo; e o policial militar Eduardo Rodrigues da Silva.
A união da milícia com o tráfico
Segundo Maurício Demétrio Afoso Alves, do DRCPIM, atualmente a milícia e o tráfico atuam em conluio. Juntos, extorquem ambulantes, shoppings, supermercados e fábricas. Ele disse ainda que todo comerciante precisa pagar propina para os criminosos.
Segundo se apurou, alguns supermercados chegam a pagar R$ 4 mil por semana, pela segurança. Os estacionamentos tem pagado R$ 2 mil, enquanto os Shoppings pagam cerca de R$ 15 mil por semana no bairro de Madureira.
Vereadora não é investigada
Apesar de um dos investigados ser lotado no gabinete da vereadora Vera Lins, até o momento ela não é investigada.
No entanto, causou estranheza o fato de ter sido encontrado material de campanha dela no Campo do Falcon. O local é usado pelos criminosos.