Em várias partes do mundo, homens e mulheres não têm o direito de expressar livremente a sua fé se ela for diferente da maioria. Infelizmente, a intolerância religiosa é uma realidade dura e vivida por pessoas em diferentes lugares, inclusive no Irã. Por lá, a maioria das pessoas segue a fé muçulmana e quem professa a fé cristã, principalmente as mulheres, pode sofrer diversas represálias.
A cineasta Maral Karaee é cristã, embora não tenha nascido nessa religião. Ela nasceu no Irã e viveu em muitos lugares mais liberais, fixando residência atualmente no Canadá. No entanto, ela não ignora o drama de pessoas que moram no seu país de origem e que têm a mesma fé que ela agora.
Quando soube que a temática do concurso de curtas-metragens era o respeito aos direitos humanos, ela logo pensou no seu país e em como seria bom se todos os seus irmãos de fé tivessem a liberdade de congregar sem qualquer preocupação: foi assim que nasceu o curta Distrito 18, que foi o grande vencedor.
Nele, Maral Karaee faz menção a um lugar fictício, justamente o Distrito 18, onde todas as pessoas têm a liberdade de professar a fé que quiserem e onde a individualidade de cada um é respeitada. Antes, é claro que ela também dá um jeito de representar o mundo preconceituoso e intolerante que existe na realidade.
De acordo com Maral, a situação dos cristãos no Irã é ainda pior quando se trata das mulheres porque elas, naturalmente, já são vistas como inferiores aos homens. Dessa forma, quando elas ainda se convertem ao cristianismo, passam a ser vista como escória por uma grande parte das pessoas ao redor.
Uma das intenções da cineasta ao criar esse curta-metragem era mostrar a todos como é mais saudável para a sociedade quando sem tem a permissão de ter mais de uma ideia, mais de uma fé e mais de uma forma de viver a vida e a fé.