O líder supremo da Coreia da Norte, Kim Jong-un, acaba de declarar estado de “alerta máximo” no país asiático, após ter havido a identificação de um caso suspeito de coronavírus.
O país vive uma das relações mais peculiares com o vírus e a comunidade internacional.
Falta de transparência
As autoridades sanitárias norte-coreanas não registraram, oficialmente, nenhuma pessoa infectada por coronavírus durante toda a pandemia. A ausência de casos causa estranheza, uma vez que o país faz fronteira com a China, de onde se acredita ter iniciado o contágio mundial.
Para agravar o problema, o governo central de Pyongyang, chefiado por Kim, não permite que se faça a verificação das ocorrências de forma independente, efetivamente vedando o acesso à informação.
Desde o início da pandemia, Kim Jong-un tem sustentado perante o mundo que o país tem tido um “sucesso brilhante” em combater o coronavírus, não registrando qualquer ocorrência da doença durante todo esse tempo.
As fronteiras do país foram fechadas em 30 de janeiro e não há relatos de que tenha havido qualquer abertura desde então.
Segue o líder
Neste sábado (25), porém, Kim Jong-un convocou uma reunião de emergência para discutir uma suspeita de coronavírus. Decidiu-se na reunião pela implantação de um “sistema de alerta máximo” para conter o vírus.
Outra medida adotada foi colocar a cidade de Kaesong, na fronteira com a Coreia do Sul, em lockdown, restringindo ao máximo a circulação de pessoas.
De acordo com informações transmitidas pela agência de notícias oficial, KCNA, o primeiro caso suspeito de coronavírus registrado em Coreia do Norte é um desertor que teria fugido para o país irmão, Coreia do Sul.
Na sequência, porém, o traidor teria retornado “ilegalmente” ao país no última dia 19 de julho, trazendo consigo a doença.
Por seu lado, não há nenhuma confirmação das autoridades sanitárias sul-coreanas. Com efeito, o governo do país negou ter registrado qualquer notícia de pessoas cruzando a fronteira, aliás uma das mais militarizadas e fortificadas do mundo.
O suposto desertor foi identificado na cidade fronteiriça de Kaesong, onde foi colocado em “quarentena rígida” pelas autoridades, conforme relatou a KCNA.