Uma série de fatores azedaram as perspectivas dos investidores sobre a economia americana neste último mês.
As decisões de investimentos estão sendo afetadas por aumento das infecções de coronavírus nos estados do sul e do oeste dos Estados Unidos da América.
Por outro lado, cresce a instabilidade política, com a escalada das tensões entre Estados Unidos e China e a aproximação das eleições presidenciais de 3 de novembro.
Volume da dívida americana
A pandemia de coronavírus tem causado um aumento no volume da dívida americana para combater os efeitos econômicos do vírus.
Jeffrey Gundlach, chefe executivo da Doubleline Capital, que cuida de algo próximo de US$ 138 bilhões primariamente em renda fixa, expressou preocupação com o nível de débito na economia criado por meio de programas de estímulo.
Para ele, o aumento da dívida irá pesar no dólar ao passo que déficit dos Estados Unidos cresce.
Ainda que o dólar possa se beneficiar no curto prazo com baixa no mercado acionário, o especialista afirma que “em última análise ele enfraquece ao passo que a situação da dívida é notoriamente ruim para um país desenvolvido”.
Bolha em tecnologia?
Outro fenômeno que tem causado preocupação nos mercados acionários diz respeito ao fato de que a subida nas ações tem sido liderada por um pequeno grupo de empresas de tecnologia.
Facebook, Amazon, Apple, Microsoft e Alphabet, dona da Google, são atualmente as cinco maiores empresas dos Estados Unidos e perfazem, juntas, algo por volta de 22% da capitalização do índice acionário S&P 500.
Para Gundlach, o movimento configura clássica atividade de uma mercado de baixa, com compras frenéticas por investidores pequenos e concentração em ações de tecnologia, seguida de baixa massiva das ações.
O executivo afirma que o fenômeno lembra muito a bolha “dotcom” em 1999, mas que agora a situação é muito pior, tendo em vista o menor espaço de manobra das autoridades econômicas, que não podem mais cortar juros.
Ele também acredita que já foram usadas todas as ferramentas tipicamente usadas para combater problemas econômicos, a exemplo de compras governamentais de papéis no mercado financeiro e concessão de empréstimos.