A revista científica americana “Nature” divulgou nesta terça-feira (02/07) que pesquisadores dos Estados Unidos conseguiram pela primeira vez retirar por completo o vírus do HIV de um genoma vivo. Os estudos estão sendo conduzidos por cientistas da Escola de Medicina da Universidade Temple, localizada na Pensilvânia e também pelo Centro Médico da Universidade de Nebraska.
A remoção completa do vírus do HIV foi feita em ratos de laboratório, algo que nunca havia sido feito antes. O caso envolveu novas técnicas de edição de genes e tem se mostrado muito eficiente, sendo uma técnica promissora para a cura da Aids nos próximos anos.
Tratamento contra o HIV hoje
Hoje o HIV é tratado com medicação antirretrovirais, isto é, que agem para impedir a replicação do vírus pelo organismo, mas que não o eliminam por completo. Uma vez com HIV, não há cura, apenas tratamento para que os sintomas não se desenvolvam. O vírus continua no corpo e pode ser transmitido a outro ser vivo.
Mas os resultados deste novo experimento apontam como uma chance real do vírus ser eliminado.
Os testes de sucesso foram realizados em ratos de laboratório. Agora as técnicas estão sendo aplicadas em primatas, um passo antes de ser testado em humanos, desde que também tenha sucesso.
Fim do HIV
Os cientistas responsáveis por este estudo, publicaram no artigo que o tratamento foi uma combinação de duas ações. A primeira foi uma técnica chamada Laser Art, que consiste na manipulação de remédios dos tratamentos antirretrovirais convencionais, onde o acesso das drogas às membranas das células é facilitado. Isso faz com que o remédio dure mais tempo na célula, acompanhando e eliminando o ciclo do HIV, já que o vírus busca se isolar exatamente nesta camada da célula.
Hoje os remédios sem esta manipulação contam com curta duração, o que exige um tratamento com doses diárias.
Após esta primeira etapa, vem o grande “trunfo” deste tratamento. Uma técnica chamada de Crispr, é responsável por editar os genes das células que foram infectadas com o vírus HIV e que não foram captadas pelo Laser Art.
Quando feitos de forma isolada a eliminação do vírus é muito baixa, mas quando combinadas cerca de 30% das cobaias de laboratório tiveram-o removido completamente. Os cientistas deste experimento estão tratando a Aids como uma doença genética e não infecciosa.