Terça-feira amanheceu agitada no mundo das notícias, principalmente após a divulgação de parte da delação premiada de Henrique Constantino, um dos donos da companhia aérea Gol, ser homologada pela Justiça. O que vem chamando a atenção da mídia é nesta delação estarem os nomes do atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia, o ex-governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, o filho de Lula, Luís Cláudio da Silva e também o ex-presidente já preso Michel Temer.
A delação de Constantino foi aceita e homologada pelo juiz Vallisney de Oliveira, da 10ª Vara Federal do Distrito Federal. A divulgação destas informações sigilosas foi feita pelo portal Antagonista, no qual obteve acesso a alguns trechos da delação.
Outros nomes importantes que foram citados no depoimento foram os ex-ministros Henrique Alves e Geddel Vieira Lima e o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, que também está preso. Todos estes fazem parte do partido MDB.
Delação
A delação premiada de Henrique Constantino contém informações de que foram feitas doações não contabilizadas para a campanha de Fernando Pimentel em 2014, quando disputava o cargo de governador em Minas Gerais.
No anexo 07 da delação, Rodrigo Maia é citado como receptor de propina através da Associação Brasileira de Empresas Aéreas (Abear). O “benefício financeiro” foi relacionado com a aprovação da abertura do capital das companhias aéreas para estrangeiros.
Nesta mesma linha o ex-senador Romero Jucá (MDB) e os deputados Marco Maia (PT), Vicente Cândido (PT), Bruno Araújo (PSDB), Otávio Leite (PSDB) e o senador Ciro Nogueira (PP), também são citados.
- O documento de delação premiada foi assinado no último dia 25 de fevereiro, logo após a operação Greenfield.
Lulinha
O filho do ex-presidente Lula foi citado por Constantino, por ter recebido propina através do patrocínio a uma liga de futebol americano. Os valores haviam sido transferidos através de Vicente Cândido.
Temer e companhia
Já Temer, Geddel e Cunha, receberam valores de R$ 7,07 milhões através do operador Lúcio Funaro.
Todos os advogados de defesa alegam que seus clientes desconhecem da situação ou negam qualquer envolvimento no caso. Alguns também não foram encontrados para comentar sobre o caso.
O tema pode inclusive influenciar negativamente o avanço da Reforma da Previdência na câmara.