Um dos depoimentos mais aguardados no processo criminal sobre a tragédia da Boate Kiss será dado nesta segunda-feira, em Porto Alegre. O ex-gerente da casa noturna Ricardo de Castro Pasch, que chegou a ser indiciado pelos mesmos crimes aos quais respondem os quatro réus da ação penal, vai falar à tarde, na 2ª Vara do Tribunal do Júri da capital gaúcha.
Pasch é um dos nomes mais citados pelos funcionários que já deram depoimento no processo, por conta de que era quem dava ordens a eles e o responsável pelo controle de entrada e saída dos frequentadores. Iniciamente, o depoimento de Pasch estava marcado para ocorrer em Santa Maria, no dia 16 de julho, mas, como ele mora atualmente em Porto Alegre, será ouvido por meio de carta precatória na Capital.
Na conclusão do inquérito da Polícia Civil, em março, Pasch chegou a ser indiciado pela Polícia Civil por homicídios qualificados por dolo eventual e tentativas de homicídio qualificado, mesmos crimes pelos quais os quatro réus são acusados. Mais adiante, o Ministério Público se manifestou pelo arquivamento do inquérito em relação ao ex-gerente, o que foi acolhido pelo juiz Ulysses Fonseca Louzada, titular da 1ª Vara Criminal de Santa Maria e responsável pelo processo.
Outra testemunha que será ouvida nesta segunda-feira em Porto Alegre é o estudante de Direito Ruan Bolzan Martins, 19 anos. Ele é aluno da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).
Na madrugada de 27 de janeiro, Martins estava na Kiss com dois amigos que morreram na tragédia: Rhuan Scherer de Andrade e Ana Paula Rodrigues. Ele chegou a ficar desacordado quando tentava sair da casa noturna e só se salvou porque alguém o retirou de lá. O jovem, natural de São Sepé, teve queimaduras graves e chegou a ficar cerca de duas semanas internado no Hospital Mãe de Deus, em Porto Alegre.