Operação Punhos de Aço foi realizada pela 6ª brigada de infantaria blindada
O Campo de Instrução Barão de São Borja (CIBSB), com sede na localidade de Saicã, no interior do Rosário do Sul, foi o palco da Operação Punhos de Aço 2016. O exercício, realizado pela 6ª Brigada de Infantaria Blindada, com sede em Santa Maria, iniciou no dia 31 de outubro e terminou na sexta-feira. O treinamento mobilizou 1.278 militares e 276 viaturas, sendo 84 blindados. É maior operação do país envolvendo participação de blindados realizada neste ano pelo Exército Brasileiro.
A reportagem de A Razão acompanhou duas simulações de combate que ocorreram na madrugada e na manhã de sexta-feira. O treinamento teve como objetivo praticar, no campo, a integração de diversos sistemas e funções de combate. É o ponto alto do adestramento de 12 organizações militares.
O exercício realizado simulou várias situações de combate envolvendo uma reconquista de um território invadido entre os países fictícios Azul e Vermelho. As ações contaram com o uso de vários equipamentos de alta tecnologia, como por exemplo, rádios Falcon III, com criptografia e georreferenciamento, dispositivo simulado de engajamento tático (DSET), equipamentos de visão noturna, com destaque para câmera de imagem termal chamada Coral. Além disto, o sistema de Aeronave Remotamente Pilotada (ARP) foi testado pelos militares. O exercício ainda contou, pela primeira vez, com uma viatura Gepard, com radar de detector antiaéreo. O mesmo veículo foi utilizado na Olímpiada.
Operação Punhos de Aço é avaliada positivamente
A reportagem de A Razão acompanhou os exercícios de combates realizados na madrugada e na manhã de sexta-feira. O uso de vários equipamentos de alta tecnologia no campo de combate foi um dos fatores positivos da operação. Foto Gabriel Haesbaert / A Razão
A Operação Punhos de Aço teve várias novidades e desafiou os militares nas simulações de combate. O general Giovany Carrião, comandante da 6ª Brigada de Infantaria Blindada, que dos seus 51 anos de vida dedicou 35 ao Exército Brasileiro, ficou satisfeito com os resultados dos exercícios de simulação. “Notamos que todo mundo trabalhou em conjunto e com profissionalismo, saio daqui muito otimista”, disse.
O general Marcos Antônio Amaro dos Santos, 59, responsável pela 3ª Divisão de Exército (3ª DE), ressaltou que não bastam apenas simulações e ensaios apenas nos quartéis. “É muito importante essa vinda para o campo de combate para unir o conhecimento técnico com a prática. Os militares enfrentaram várias adversidades meteorológicas e souberam líder com elas. Isto traz um aprendizado para todo mundo”.
O general Carrião enalteceu a importância da operação. “É de extrema valia para integrarmos nossas organizações militares no campo de combate. A análise pós-ação (APA), implementada pela primeira vez nessa operação, também foi muito importante para corrigir os erros e salientar os acertos”.
O jovem Anderson Rodrigues, 22 anos, piloto de blindado, achou muito bacana ter participado da operação. “Foi uma oportunidade para poder ver realmente como as nossas tropas e blindados se comportam no campo. É bem legal”, disse o militar.
Saiba mais sobre a 3ª DE
Batizada de “Divisão Encouraçada”, a 3ª Divisão de Exército faz parte do Comando Militar do Sul, considerado um dos comandos mais importantes do Exército Brasileiro. Com sede em Porto Alegre, o Comando é composto pela 3ª Divisão de Exército, 3ª Região Militar, 5ª Região Militar/5ª Divisão de Exército e 6ª Divisão de Exército. Instalada em Santa Maria, a 3ª Divisão de Exército teve origem na 3ª Brigada Estratégica, organizada em no dia 6 de agosto de 1908 com o Quartel General do município. Desde lá, passou por várias reorganizações, ostentando diferentes denominações até 1946, quando passou a ser chamada de 3ª Divisão de Infantaria. Em 1972, fruto da nova organização adotada pela força terrestre, foi transformada na 3ª Divisão de Exército, como é conhecida até hoje.
O CIBSB
O Campo de Instrução Barão de São Borja, usado como sede da Operação Punhos de Aço, possui uma área de 50.083,07 hectares (equivalente a mais de 70 campos de futebol) onde predomina a paisagem da campanha gaúcha, marcado por extensas coxilhas e campos, com capões de mato e vegetação ciliar ao longos cursos d’água.
O CIBSB tem como missão principal guarnecer e administrar o imóvel da União sob jurisdição do Exército Brasileiro, proporcionando um ambiente operacional adequado ao adestramento de unidades.
Anualmente, o campo sedia os mais variados tipos de exercícios no terreno, concentrados em sua maior parte ao término do período de qualificação e durante o período de adestramento, quando uma grande concentração de tropa e material de emprego militar utiliza a área do CIBSB. O local já sediou a Operação Cruzeiro do Sul, com participação dos exércitos do Uruguai, Argentina, Paraguai e do Brasil.