O Fundo Amazônia está próximo de chegar ao fim, principalmente após o anúncio dos cortes provenientes da Alemanha e o mais recente da Noruega. Mas de certa for estes cortes já eram esperados, pois o governo vem de uma crise fiscal e diversas áreas estão entrando em contingenciamento, inclusive o fundo de proteção a Amazônia.
Mas o fim desta organização pode acabar impactando diretamente nas fiscalizações sobre o desmatamento ilegal que acontece todos os anos na Amazônia.
Mas como há sempre dois lados em uma história, sob a acusação de que o governo estaria prejudicando a proteção da Amazônia, alguns estão levantando pontos contrários, afirmando que a real ajuda de outros países com relação a natureza desta região é na verdade uma tentativa de “comprar” os inúmeros recursos disponíveis por lá.
Fim dos apoios
Como não é possível saber as reais intenções de ambos os lados, quem acaba sofrendo com os cortes é a própria Amazônia.
Com o fim do Fundo Amazônia, a fiscalização contra o desmatamento pode se mostrar menos eficaz, afinal boa parte da verba era destinada para compra e manutenção de veículos 4×4, helicópteros e ferramentas de trabalho para que os agentes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), possam realizar as vistorias na região.
Uso de radares móveis fica suspenso em todo o Brasil.
Fundo Amazônia
Este fundo criado para a proteção da região já conseguiu captar aproximadamente R$ 3 bilhões em doações, onde cerca de 60% eram destinados a instituições do governo. A Alemanha e a Noruega eram os principais doadores, com milhões captados anualmente.
Mas as recentes mudanças do Ministério do Meio Ambiente colocaram em cheque o interesse destas nações em enviar recurso ao governo.
Os recursos para manutenções, compras e alugueis destinados a operações especiais na Amazônia, em parte são recebidos pelo Fundo desde 2016. Até 2018 cerca de 466 milhões do Ibama foram arcadas com dinheiro deste fundo, onde a captação através de multas chegaram a R$ 2,5 bilhões.
Para 2020 agentes envolvidos nas fiscalizações do Ibama mencionaram que sem o Fundo, ficará difícil ir a campo e realizar as ações como vem sendo feitas nos últimos 2 anos.
Porém Ministério do Meio Ambiente informou que já há um novo planejamento para obter os recursos necessários, inclusive de outros países, que na visão deles, irá suprir qualquer dificuldade que o fundo possa sofrer nos próximos anos.
Projetos parados
Nos últimos anos o Ibama vem sendo contingenciado por conta da crise financeira no Brasil, o Fundo Amazônia era quem “cobria” a falta de verba para que as ações de fiscalização fossem feitas e que garantissem o sucesso das operações.
Mas segundo agências internacionais o desmatamento na região continua ocorrendo de forma desenfreada, algo que é negado pelas autoridades brasileiras.
Neste ano as atividades do Fundo Amazônia estão travadas justamente pelo Ministério do Meio Ambiente ainda estar mudando a composição do comitê oficial. O repasse deve voltar acontecer, mas será preciso um pouco mais de paciência.
Em 2018 foram apoiadas 11 propostas, que renderam ao Ibama um investimento de R$ 191,19 milhões para suas operações.