O Ministério da defesa protocolou nessa terça-feira (14), na Procuradoria Geral da República, uma representação Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal, em razão das palavras ditas por ele em uma transmissão on-line, na qual associou o fato de o Ministério da Saúde estar tomado por militares a um “genocídio”.
Entenda o caso
No último sábado, enquanto fazia uma transmissão pela internet, o ministro Gilmar Mendes afirmou que o exército brasileiro havia se associado a um genocídio. A fala foi dita em um contexto de crítica a atuação apática do Ministério da Saúde à pandemia do novo coronavírus, principalmente depois de Eduardo Pazuello assumir o cargo de ministro.
O Ministério da Defesa, por sua vez, anunciou já na segunda feira que interpelaria Gilmar Mendes sobre a fala, a qual seria, segundo os militares, fora de tom.
O ministro Fernando Azevedo, inclusive, afirmou estar indignado com os comentários do ministro do STF, afirmando que a acusação seria irresponsável e leviana. Disse ainda que o ataque gratuito atingia uma instituição séria da república e não contribuía para o fortalecimento da democracia.
O outro lado
Acostumado à polêmicas, Gilmar Mendes afirmou que sua crítica não era direcionada às Forças Armadas como instituição, mas sim a forma com que está sendo realizado o enfrentamento à pandemia, sob o comando do militar Pazuello.
Disse ainda, em nota, manter o respeito pelas Forças Armadas e não ter tido a intenção de macular a honra do Exército, da Marinha ou da Aeronáutica.
Mostrando firmeza, voltou a manifestar sua discordância com a colocação de militares em pontos chave do Ministério da Saúde, vez que, em sua opinião, está sendo formulada e executada uma política de saúde ineficaz para proteger a vida de milhares de brasileiros.
Pazuello na corda bamba
Enquanto isso, Eduardo Pazuello, que ainda não disse a que veio no Ministério da Saúde, tem recebido pressões de todos os lados para decidir se permanece ou não no cargo. Enquanto o Brasil ultrapassa os 80 mil mortos, tudo indica que, em breve, teremos mais um novo ministro da saúde.