O governador carioca Wilson Witzel (PSC) tinha esperanças de o seu afastamento por seis meses ser revisto e derrubado pelo Supremo Tribunal de Justiça. Foi com esse intuito que os seus advogados apresentaram uma representação, contestando que uma decisão tão séria como o afastamento de um governador tenha sido tomada por apenas um juiz.
Apesar de a sua alegação ter sido acolhida, o Supremo Tribunal de Justiça confirmou que Witzel deverá ficar fora do comando do Palácio da Guanabara por seis meses, período durante o qual continuarão sendo feitas investigações a respeito de uma “caixinha de corrupção”.
O suposto esquema se tornou público depois das acusações referentes à licitação do Instituto Iabas, que ficou responsável pela criação de um hospital de campanha no Rio para facilitar o atendimento às pessoas que contraíram o coronavírus.
Conforme a polícia deu andamento às investigações, ficou determinado que outras empresas também poderiam estar depositando dinheiro nessa chamada “caixinha da corrupção” com o intuito de conseguir licitações e outros benefícios.
Até mesmo a mulher do governador, Helena Witzel, poderia ter participação na condição de laranja, tendo recebido uma alta quantia.
Por tudo isso, a justiça determinou que Cláudio Castro, vice-governador, assumisse o cargo de modo interino enquanto as investigações são concluídas. Agora, depois da votação no supremo Tribunal de Justiça, essa substituição fica ainda mais clara.
Para que Wilson Witzel realmente fosse obrigado a deixar o Palácio da Guanabara por seis meses, seria necessário que 10 juízes, dentre os 15 integrantes do quórum, votassem a favor. Até o momento, o único que se posicionou a favor de Witzel foi Napoleão Nunes.
Quem desejar assistir ao julgamento pode ir aos canais oficiais do Supremo Tribunal de Justiça para tanto.
Cabe salientar que este 2020 tem sido conturbado para o governador carioca desde o seu início: o seu desentendimento com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), de quem era aliado, ficou ainda mais grave após a pandemia de COVID-19, que assolou o Estado, demandando realização de quarentena.