No sábado (25), o banco HSBC negou relatos da imprensa chinesa de que ele teria “armado contra” a empresa de tecnologia Huawei, supostamente tendo desempenhado um papel na prisão da diretora-executiva financeira (CFO) da gigante de telecomunicações.
Por meio de comunicado enviado de sua conta no serviço de mensagens chinês WeChat, o banco baseado em Londres afirmou que não teve participação na decisão do Departamento de Justiça americano de investigar a Huawei.
O esclarecimento vem um dia após o jornal oficial do Partido Comunista Chinês, o Diário do Povo, acusar o HSBC de ser cúmplice com os Estados Unidos e mentir sobre a Huawei, culminando na prisão de sua CFO Meng Wanzhou.
Filha do chefe
Meng foi presa em dezembro de 2018 no Aeroporto Internacional de Vancouver, no Canadá, sob um mandato de prisão expedido pela Justiça dos Estados Unidos.
No momento, a chinesa luta contra a extradição para os Estados Unidos, cumprindo prisão domiciliar em Vancouver desde sua detenção.
A executiva é acusada pelas autoridades estadunidenses de fraude bancária, por induzir a erro o HSBC acerca do relacionamento da Huawei com uma empresa iraniana, expondo o banco ao risco de multa por violar o embargo dos EUA ao país.
Palavra do HSBC
“O contexto do desenvolvimento do incidente da Huawei claramente mostra que as investigações dos Estados Unidos sobre a Huawei não foi provocada pelo HSBC”, disse o banco no WeChat, sem menção direta ao Diário do Povo.
“O HSBC não tem qualquer malícia contra a Huawei, nem “armou contra” a Huawei”, acrescentou o conglomerado bancário.
O HBSC esclareceu que apenas forneceu informações factuais, em resposta a pedidos do Departamento de Justiça americano. Assim, o banco negou ter “fabricado ou escondido” quaisquer fatos das autoridades.
Ainda, o banco enfatizou que não iria distorcer fatos ou lesar seus clientes em benefício próprio.
A reportagem do Diário do Povo, publicada na edição desta sexta-feira (2), alegava que o HSBC tinha plena ciência dos negócios da Huawei no Irã, e que o banco tem “armado arapucas” para a companhia desde 2012.
Outros meios de comunicação da imprensa chinesa, a exemplo da China Global Television Network, também fizeram alegações similares contra o HSBC.