As agências do INSS finalmente reabriram, mas as perícias médicas continuam sem poder ser realizadas. Isso porque os médicos peritos entendem que a situação sanitária atual ainda não é adequada para a volta dos trabalhos.
Na quarta-feira (16), o INSS havia anunciado que na quinta (17), cerca de 169 postos de perícia estariam aptos ao trabalho e retornando suas atividades regularmente. Porém, o que se viu foi que o atendimento continua paralisado.
A recusa dos peritos
Apesar da insistência do presidente do INSS, Leonardo Rolim, em afirmar que tudo está sob controle, a verdade é que os médicos peritos se recusam de forma veemente a retornar ao trabalho. Segundo eles, as agências não são adequadas para o atendimento.
Segundo a Associação Nacional dos Médicos Peritos (ANMP), o INSS tem relativizado questões essenciais aos peritos, como segurança, limpeza, equipamentos e ventilação, além de adulterar o checklist para a retomada das atividades.
Segundo a Associação, os peritos só retornarão ao trabalho após o INSS divulgar quais foram as agências que atenderam a todas as necessidades previstas no checklist original.
A vistoria realizada pelo órgão foi considerada ineficiente pelos peritos, pois segundo a associação a inspeção política, feita por chefes em uma agência modelo não é suficiente.
População aguarda
O INSS informa que 600 mil pessoas tiveram pedidos negados durante a pandemia, em virtude da impossibilidade de realizar perícias. Normalmente, o prazo para realização era de 15 dias, mas hoje não existe mais uma estimativa.
INSS pretende punir médicos
A Secretaria da Previdência informou que as agências estão sendo reabertas após inspeção e que as perícias devem começar a ser remarcadas. Os médicos que não comparecerem para realizar atendimento poderão sofrer processo administrativo disciplinar.
A falta injustificada dos peritos também acarretará descontos na remuneração pelos dias não trabalhados.
Pagamentos foram mantidos
Durante a pandemia, ainda que houvesse a necessidade de novas perícias, os benefícios que já estavam sendo pagos continuaram a ser recebidos pelos beneficiários.
O INSS pagou R$46,3 bilhões em benefícios como auxílio-doença, auxílio-acidente, e aposentadoria por invalidez. Os números são 14,4% maiores que 2019.