O senador Major Olímpio (PSL) foi um dos principais aliados do presidente Jair Messias Bolsonaro durante a campanha de 2018. Entretanto, com o passar do tempo a relação se estremeceu e, hoje, ele é visto por muitos como sendo da oposição ao governo.
Nesta quinta-feira, em entrevista dada a Globo News, Major Olímpio afirmou que foi procurado por um representante do governo federal, o qual teria lhe feito a oferta de emendas parlamentares, com foco no combate ao coronavírus.
Até aí, a oferta parecia interessante, o problema é que, para o senador, o dinheiro seria uma forma de fazer um “toma lá dá cá”.
Os escolhidos
Segundo Major Olímpio, a oferta era de que fossem destinadas verbas para o combate à Covid-19. Ao continuar a conversa, entretanto, o senador teria descoberto que não se tratava de algo padrão, envolvendo todos os senadores da república.
O fato de saber que nem todos os senadores receberiam a verba, bem como que não havia critérios claros para sua liberação, fizeram com que Olímpio recusasse a oferta. Segundo o senador, a verba seria liberada por critérios apenas políticos.
30 milhões
O valor das verbas a serem liberadas, segundo Major Olímpio, seria de R$30 milhões.
Com o dinheiro, os senadores estariam livres para realizar as emendas e distribuírem o dinheiro como quisessem em suas bases eleitorais.
Segundo Major Olímpio, muitos senadores, inclusive, já teriam começado a distribuir os valores recebidos entre seus aliados. Até mesmo uma planilha teria sido disponibilizada pelo agente do governo, para facilitar as coisas.
O governo federal e o combate à Covid-19
Desde o início da pandemia o governo federal tem sido acusado de fazer menos do que poderia no combate à covid-19. O ministério de Damares Alves, por exemplo, gastou quase nada do que tinha disponível em favor dos povos indígenas.
Esta semana, ainda, o Tribunal de Contas da União intimou o governo federal para que explique o porque de ter utilizado menos de 50% do dinheiro que tinha disponível para realizar ações contra a Covid-19.