Luís Henrique Mandetta, ex-ministro da saúde de Jair Bolsonaro, lançou nesta sexta-feira (25), o livro “Um paciente chamado Brasil”, no qual faz um relato sobre seus últimos 87 dias no comando da pasta brasileira, em meio a pandemia do coronavírus.
Na obra, Mandetta relata todos os problemas que enfrentou na busca por soluções para combater a covid-19. Mais que isso, expõe situações dos bastidores do governo e faz acusações contra antigos aliados.
Onix Lorenzoni
Entre os diversos trechos do livro, há um ponto em que Mandetta explicita sua desconfiança para com Onix Lorenzoni, o Ministro da Cidadania do governo de Jair Bolsonaro.
Segundo Mandetta, Onix afirmou a ele que, em 2016, quando discutia as 10 medidas contra a corrupção (Onix era o relator), esteve em uma reunião na casa de Rodrigo Maia e gravou os outros deputados, para tentar comprometê-los no futuro.
Mandetta disse que o trecho entrou no livro para que as pessoas saibam como é Brasília e quais os cuidados se precisa ter.
Um ministro da cidadania sem precedentes
No livro, Mandetta conta que Onix queria alterar o texto original, que foi proposto pelos procuradores da Lava-jato e, diante da negativa dos deputados, usou as gravações e afirmou que, se não houvesse alteração, vazaria os áudios.
Mandetta x Bolsonaro
O ex-ministro deixou o cargo em abril, diante da crescente oposição que se formava entre ele e Bolsonaro. Mandetta, médico, defendia o isolamento social e a quarentena. Bolsonaro defendia um remédio sem qualquer utilidade contra a doença.
Enquanto ocupou o cargo, Mandetta não se furtou em afirmar que o país enfrentava a crise sem liderança. Mais que isso, via com muito pesar a ausência de atenção aos dados técnicos.
Mandetta estava certo
O que os meses mostraram é que Mandetta estava certo. Após a sua saída, a imprensa precisou começar a investigar o número de mortos, pois o governo federal passou a escondê-lo.
Ainda assim, considerando as subnotificações, o país começou uma escalada de mortes que está baixando apenas agora. Atualmente são 139.883 mortos.
O país continua a lutar.