Uma pesquisa inédita foi realizada para avaliar a expansão das organizações criminosas que atuam no Rio de Janeiro. O resultado demonstrou que mais da metade da cidade está sob a atuação desses grupos criminosos organizados.
O estudo foi batizado de Mapa dos Grupos Armados do Rio de Janeiro e tentou identificar as áreas da cidade e as organizações que as controla. O cenário demonstrou que os milicianos tem, hoje, mais espaço que os traficantes na capital fluminense.
Os números.
O estudo demonstrou que a milícia e o tráfico estão presentes em 96 bairros da cidade do Rio de Janeiro. Assim, 3,76 milhões de pessoas vivem sob a égide e o comando de grupos armados, que se mantem com o crime e as ameaças à população.
Até 2019, as milícias dominavam 25,5% dos bairros do Rio de Janeiro. Esses números representam 57,7% de toda a extensão territorial do município. Ou seja, os milicianos já detêm o controle sobre mais da metade da cidade que é habitada.
A presença do tráfico
Ainda que as milícias estejam aumentando sua extensão, o tráfico de drogas continua bastante atuante na cidade. Os traficantes estão em 55 bairros, enquanto que os milicianos dominam 41. A diferença é que os traficantes dominam uma população menor.
Assim, há cerca de 1,5 milhão de pessoas a menos nas áreas dominadas pelos traficantes. O Comando Vermelho está persente em 15,4% da extensão territorial do Rio, enquanto que Terceiro Comando e Amigos dos Amigos comandam o restante da área.
Estudo levou denúncias em consideração
Os pesquisadores levaram em consideração 37.883 denúncias feitas pelo Disque-denúncia do Rio que apontavam para a existência de tráfico ou milícias. Com isso, foi feita uma triagem de dados, para tentar entender o funcionamento dos grupos.
Também criou-se um dicionário para entender como funciona cada atividade. Assim, separou-se as atuações em controle territorial, atividades de mercado e controle social.
O Rio sofre
Sofrendo há anos com governos corruptos, o Rio de Janeiro parece entregar os pontos na batalha contra a criminalidade. Não há nenhuma esperança no horizonte.