Em 129 dias, a covid-19 superou com folgas o número de mortes anuais de Sindrome Respiratória Aguda Grave – SRAG. O Sistema Único de Saúde faz um acompanhamento dos casos desde 1996 e os números atuais são alarmantes.
Na sexta-feira (24), o Brasil alcançou o número de 85.238 mortos por covid-19.
Chama atenção o fato de o número ter sido alcançado em apenas 129 dias, ou seja, praticamente em um terço do ano. Antes de 2020, o ano em que havia ocorrido mais mortes por doenças respiratórias havia sido 2016, com 84.097 óbitos.
São Paulo e Rio de Janeiro são foco
Os estados de São Paulo e Rio de Janeiro são os mais afetados pela pandemia do novo coronavírus no Brasil. Nos números isso se reflete no fato de que ambos ultrapassaram o recorde de mortos por síndromes respiratórias graves entre 1997 e 2002.
Os dois estados juntos somam atualmente 33.429 óbitos em decorrência da covid-19. Em 2002, ano em que os dois estados haviam registrado o maior número de mortes, os óbitos foram na ordem de 32.829 vítimas.
Impactos nacionais e internacionais
O Brasil não tem sido bem visto internacionalmente por sua postura no combate ao novo coronavírus. Por isso, algumas atitudes já tem sido tomadas por outros países visando evitar a vinda de seus cidadãos ao solo brasileiro, com medo de contágio.
A última decisão tomada com base nisso foi o cancelamento do Grande Prêmio do Brasil de fórmula 1. A corrida, que ocorreria no autódromo de interlagos, no mês de novembro deste ano, ficará fora do circuito desde o ano de 1072 pela primeira vez.
A prefeitura de São Paulo, por sua vez, cancelou alguns eventos que já haviam se tornado comuns em seu calendário. A parada LGBTQ+ e a Marcha Para Jesus foram canceladas e o desfile das escolas de samba no carnaval também.
Cresce o número de mortes
São Paulo e Rio de Janeiro não são os únicos e, em outros 16 estados, as mortes por coronavírus já superam as mortes por outras síndromes respiratórias agudas graves.