Luzia Mota é uma das sete filhas de um feirante e uma dona de casa que moravam no bairro do Castelo Branco em Salvador. Mas se a algum tempo atrás ela precisava fazer muito sacrifício para estar o Instituto Federal da Bahia (IFBA), que era a antiga escola técnica federal.
Mas hoje a vida deu voltas e ela trabalha como reitora no IFBA, eleição que ganhou em dezembro de 2018, mas só pode assumir o cargo nesta sexta-feira (10/01/2020), com uma cerimônia de posse em Salvador.
Luzia Mota falou sobre diversos assuntos durante o seu discurso, onde um deles era sobre se a militarização nas escolas era realmente um caminho para que os alunos possam ter bons rendimentos nas instituições de ensino pública.
Como resposta ela disse que é contra, exatamente porque o modelo de ensino do IFBA também trás bons resultados entre os estudantes. Ela não nega que os colégios militares contam com ótimos resultados para os alunos, mas há ainda instituições federais, sem a política de militarização que também oferecem bons recursos e ótimos resultado na formação de alunos.
Ela defende o modelo do IFBA, dizendo que além da formação “tradicional”, também capacita o aluno na formação profissional. Tudo fica aliado, sempre com o objetivo de promover a capacidade de desenvolver uma trajetória de vida mais promissora.
As escolas militares são boas, mas focam hoje exclusivamente nas disciplinas. É claro que o ensino de responsabilidades contribui para que o aluno possa ser um bom profissional responsável no futuro, mas é preciso se preocupar também com as opções técnicas para que escolham uma profissão e tenham envolvimento desde sempre.
Para Luzia Mota além de mudar as opções hoje existentes no ensino público é preciso criar um modelo que além de se preocupar com o aluno, também se preocupe com a estrutura física, carreira do professor e outros fatores fundamentais para que o futuro da nação possa ser melhor, principalmente no quesito de desenvolvimento socioeconômico.
“Quando leio sobre militarização, o elemento mais forte é a disciplina, o civismo, que podem ser importantes, mas são só esses. Precisamos verificar quais são os modelos que têm dado certo e a partir daí promover um debate amplo. De que forma queremos educar a juventude brasileira.”