Poder-se-ia dizer, com algum acerto, que o TikTok é o herdeiro mais bem sucedido do falecido Vine. O ecossistema digital de aplicativos nesse formato, com vídeos curtos, é muito mais instável do que, por exemplo, o YouTube, com vídeos mais longos, líder mundial no segmento já há mais de dez anos.
O TikTok é um aplicativo que tem feito muito sucesso entre os jovens e tem dado a muitos a chance de cultivarem um número alto de seguidores. Um dos países em que mais faz sucesso são os Estados Unidos da América.
Na segunda-feira passada (6), porém, o Secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, diz estar considerando banir o aplicativo em solo americano. O motivo é que a empresa que administra o TikTok, a chamada ByteDance, por ser baseada na China, seria forçada por lei a repassar dados dos usuários aos serviços de inteligência do Partido Comunista Chinês, criando uma ameaça à segurança nacional dos EUA.
Ainda que sua empresa administradora seja baseada na China, é importante lembrar que o TikTok não está disponível no país. A fala de Mike Pompeo vem em meio a uma escalada das tensões entre os EUA e a China, por conta da pandemia de coronavírus, a situação de Hong Kong e a guerra comercial entre as nações.
Ocorre que a comunidade norte-americana no TikTok já é relevante, tendo um grande número de usuários e criadores de conteúdo. Em tempos de pandemia, com imposição de regras de isolamento social, é uma forma de muitos jovens buscarem entretenimento e se integrarem socialmente, inclusive em temas polêmicos da política.
Na quinta-feira (9), houve um problema no aplicativo, que deixou de mostrar o número de visualizações nos vídeos postados. Isso levou a uma série de influenciadores a acreditar que o banimento, aventado pelo governo dos EUA mais cedo na semana, realmente tivesse sido levado a cabo.
Muitos criadores de conteúdo, nesse momento, viram-se na iminência de perder os seus milhões de seguidores de uma hora para outra. Desesperados, alguns fizeram “últimos” pedidos para que os usuários os acompanhassem em outras plataformas, como YouTube, Byte e Dubsmash.
Mas, como o próprio TikTok veio mais tarde a esclarecer em sua conta oficial no Twitter, tratava-se apenas de um bug.