As agências do Instituto Nacional do Seguro Social permaneceram fechadas desde o início da pandemia e só reabriram agora no mês de setembro. Entretanto, os médicos que realizam as perícias entenderam que não era o momento adequado de retornar.
Alegando que o INSS não estava cumprindo os protocolos de segurança adequados para proteger os servidores, muitos peritos deixaram de retornar ao trabalho. Com o passar do tempo, alguns voltaram, mas os quadros ainda estão incompletos nas agências.
Governo Federal monitora peritos
O governo não gostou nada da posição dura adotada pelos peritos do INSS, de não querer retornar as atividades presenciais. Por isso, têm monitorado aqueles profissionais que se recusam a fazer as perícias, mas que continuam atendendo em seus consultórios.
A Advocacia Geral da União tem recebido as denúncias de diversas falhas no atendimento das perícias e verificado a situação de cada um dos profissionais.
A estratégia do governo é, com a lista de nomes dos profissionais que se recusam a trabalhar, alegando falta de segurança sanitária, verificar se eles estão atuando em outras unidades de saúde, mesmo que particulares.
Caso seja comprovado que os profissionais, fora do grupo de risco, estejam se recusando a trabalhar, sem justificativas, o governo não descarta a possibilidade de instalar um Processo Administrativo Disciplinar contra os servidores.
Como estão os quadros do INSS
Segundo um balanço divulgado pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, 351 peritos retornaram aos trabalhos na terça-feira (22). O número é bom, mas deixaram de comparecer outros 135 que deveriam ter retornado ao trabalho.
Ações na justiça pressionam INSS
Como as perícias não estão sendo realizadas, o INSS tem visto aumentar na Justiça o número de ações judiciais que pedem a concessão do benefício, alegando que o INSS está obstaculizando a consecução, por não oferecer a perícia de forma adequada.
Além disso, não se pode esquecer que o INSS já contava com uma fila imensa de processos mesmo antes da pandemia. O número subiu e hoje mais de 1 milhão de pessoas está a espera de uma resposta definitiva do órgão.