A maior parte do mundo vem acompanhando a forma como o Partido Comunista Chinês vem represando a fé cristã em praticamente todas as partes da China e, agora, a cidade de Anhui tem sido uma das mais afetadas, de acordo com o site Bitter Winter.
As informações dão conta de que mais de 640 cruzes, uma das principais formas de identificar uma igreja cristã, tiveram de ser retiradas apenas por lá e esse número fica ainda mais assustador quando se fica sabendo que ele é apenas dos primeiros seis meses deste ano. Desde junho, é possível que muito mais cruzes tenham tido o mesmo final.
Há uma explicação bastante bizarra para isso: o governo chinês não quer que nenhuma cruz possa ser vista primeiro que as instalações do Estado. Assim, se alguma cruz fica mais alta que um edifício controlado pelo partido comunista do país, ela seria eliminada; essa justificativa teria sido dada pelo Departamento de Trabalho da Frente Unida.
Vale dizer que os chineses cristãos (e estrangeiros que moram por lá e professam essa fé) têm bastante medo de resistir às ordens do governo de Xi Jinping por causa das represálias. Foi relatado que pessoas que resolveram manter as cruzes acabaram tendo até as suas pensões cortadas, mesmo que seja um direito.
O receio com relação às represálias do governo chinês não é novo: muitos pastores até cederam à exigência de usar a maior parte dos seus cultos para exaltar Xi Jinping com medo de que a autorização para que a Igreja funcionasse fosse retirada. Apesar de isso não agradar muito aos fiéis, que gostariam de ver uma pregação mais isenta, a maioria compreende o drama que os líderes religiosos cristãos estão vivendo.
É importante ressaltar que, além de Anhui, outras partes da China também tiveram as suas cruzes eliminadas, como Huainan, Hefei, Bengbu e Ma’anshan. Até mesmo os livros utilizados pelos fiéis e pelos líderes religiosos são barrados caso não recebam a aprovação do Partido Comunista Chinês, que só permite algumas edições específicas.