As importações chinesas de petróleo da Arábia Saudita cresceram 15% em junho nos últimos 12 meses, ao passo que refinadores aproveitaram a queda dos preços do petróleo em março e abril para realizar compras em níveis inéditos.
Dados da Administração Geral das Alfândegas, divulgados neste domingo (26), mostram que as importações da Arábia Saudita subiram para 8,88 milhões de toneladas, ou 2,16 milhões de barris de petróleo por dia, no mês de junho.
Com pouca variação dos níveis registrados em maio, o avanço em comparação com o ritmo de importação no mesmo mês do ano passado, a 1,89 milhão de barris por dia, chamou a atenção de economistas.
O movimento consolida o reino saudita como o maior fornecedor de petróleo da China.
A inédita variação de preços do petróleo vista em março e abril se deu em meio a uma guerra de preços entre a Arábia Saudita e a Rússia, os maiores exportadores de petróleo no mundo.
Para contribuir à volatilidade, a pandemia de coronavírus reduziu a demanda pela commodity, levando a um super-abastecimento do combustível a nível mundial.
Em junho, as importações da Rússia foram de 7,98 milhões de toneladas, ou 1,95 milhão de barris diários, com aumento em relação aos números registrados em maio desse ano (1,82 milhão) e em junho do ano passado (1,73 milhão).
Por outro lado, a Arábia Saudita ampliou cortes na produção em junho e aumentou os preços do seu petróleo, após a queda das cotações atingir o orçamento do reino.
As importações de petróleo da China ultrapassaram altas históricas no mês de junho, na marca de 53,18 milhões de toneladas, de acordo com os dados alfandegários.
Além da Arábia Saudita e da Rússia, o gigante asiático também subiu as importações de países como Brasil, Noruega e Angola.
No caso do Brasil, com o início de vários operações offshore da Petrobrás, refinadores chineses firmaram barganhas competitivas por petróleo de boa qualidade, em meio à abertura gradual da economia da China.
Analistas estimam que a China está para registrar outro recorde nas importações de julho, devido a vários carregamentos de maio que ainda não chegaram, além de lotação nos inventários portuários.