A Procuradoria-Geral da República foi acionada pela bancada do PSOL na Câmara dos Deputados para averiguar uma suposta propagação de doença contagiosa que teria sido feita pelo presidente da república, Jair Messias Bolsonaro.
Bolsonaro, que anunciou há alguns dias ter sido diagnosticado com coronavírus, passeou pelo Palácio da Alvorada na última quinta-feira (23) e, sem máscara e sem o distanciamento necessário, conversou com alguns garis no local.
Não é a primeira vez
Anteriormente o PSOL, bem como outros partidos de oposição, já haviam acusado Bolsonaro da mesma coisa. Na época, Bolsonaro estava incentivando atos públicos onde havia aglomeração de pessoas para atacar os outros poderes da República.
Na época, a Procuradoria-Geral da República disse que, considerando que Bolsonaro não estava contaminado, não havia como “causar perigo de lesão ao bem jurídico”. O argumento utilizado pela Procuradoria-Geral, agora será explorado.
Quarentena
Desde o início da pandemia do novo coronavírus, Bolsonaro nunca se manifestou de qualquer forma a favor do distanciamento social. Mais que isso, sempre fez questão de surgir em meio a muitas pessoas, até mesmo incentivando passeatas a seu favor.
Nos últimos dias, entretanto, a situação mudou um pouco de figura com o diagnóstico positivo para Covid-19. Bolsonaro permaneceu isolado por alguns dias, interagindo apenas com as emas do planalto. Entretanto, na quinta-feira ele decidiu passear.
Saúde x Economia
Bolsonaro sempre defendeu que saúde e economia sempre deveriam ser tratadas de forma igual. O problema foi que, apesar dos discursos, pouquíssimas ações vieram de sua parte no tocante à saúde, havendo sempre grande preocupação com a economia.
Desde o início da pandemia, o ministro Luis Henrique Mandetta apontava para a necessidade do distanciamento social. Bolsonaro, entretanto, foi sempre cético quanto ao assunto e defendia a abertura irrestrita do comércio.
Com o crescimento das desavenças, Mandetta foi demitido para, poucos dias depois, ver Nelson Teich, seu substituto, também deixando o cargo.
Não se sabe se Bolsonaro acredita realmente que o vírus é uma gripezinha, como chegou a declarar. Hoje, entretanto, ele será interpelado judicialmente por estar contaminado e colocar outros em risco.