O Ministério Público do Rio Grande do Norte apresentou denúncia contra o ex-governador do estado, Robinson Faria, pela participação dele em um esquema que teria desviado R$ 3,7 milhões da Assembleia Legislativa. Além dele, também foram denunciados outros envolvidos.
A denúncia tem como base as investigações decorrentes da operação Croupier, iniciada em junho do ano passado. Os crimes teriam sido praticados entre os anos de 2008 e 2010, período em que Robinson ocupou a presidência da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte.
Defesa
Em nota, a defesa do ex-governador afirmou que a denúncia é incapaz de descrever condutas criminosas por parte de Robinson. Assinada pelos advogados Daniel Kignel e José Luis Oliveira de Lima, a nota diz ainda acreditar que exista uma determinação de vincular o ex-governador as irregularidades do período citado. Os defensores concluem, afirmando ter toda confiança de que a denúncia será rejeitada pelo Judiciário, em virtude de sua ausência de fundamentação.
A Assembleia Legislativa, por sua vez, não se manifestou sobre o caso.
Os crimes
Segundo as investigações, entre 2008 e 2010, o ex-governador e outros réus praticaram crime de peculato. O Ministério Público afirma que Rodrigo Marinho Nogueira Fernandes, ex-secretário administrativo da ALRN era o responsável por contratar funcionários fantasmas e inseri-los na folha de pagamento da Casa.
Essas pessoas, na maioria com baixo ou nenhum grau de instrução, devolviam todo o salário recebido para um outro servidor da Assembleia, que o repassava a Rodrigo Marinho, com a conveniência do presidente da Casa, Robinson Faria. Marinho utilizava o dinheiro desviado para pagar contas e salários de um haras de sua propriedade.
Rachadinha
Muito falado ultimamente, em razão do caso envolvendo Fabricio Queiroz a família Bolsonaro, os fatos que aconteciam na Assembleia do Rio Grande do Norte relembram o caso das “rachadinhas” no Rio de Janeiro. Os Ministérios Públicos e a Polícia de todo o país estão de olho em uma prática que parece ser corriqueira para os políticos, principalmente pela facilidade de contratação de inúmeros assessores, sempre com altos vencimentos.