Ninguém esperava que um governo que foi eleito com bandeiras ultraliberais pudesse agir de tal maneira. No entanto, a força do Congresso Nacional, que bateu o pé até conseguir que o auxílio emergencial fosse implementado, gerou frutos.
Com a criação de um auxílio em caráter de emergência, para beneficiar aqueles trabalhadores que perderam sua renda durante a pandemia, o Brasil viu o país chegar ao menor nível de pobreza dos últimos 40 anos.
Com isso, a sociedade mudou sua percepção sobre a utilização das medidas sociais e, mais que isso, possibilitou uma discussão que já deveria ter sido feita há muito tempo.
Economistas veem a discussão com bons olhos
Economistas participantes do COVID-19 Economic Strategies: Basic Income, que foi promovido pela FAPESP, entendem que a discussão é eficiente e que o auxílio emergencial pode significar um ponto importante no combate às desigualdades.
Para Narceio Menezes filho, professor da USP, a concentração do auxílio em famílias pobres com filhos poderia ajudar em uma melhor forma de criar oportunidades iguais no futuro. A sugestão é fortalecer a inclusão social, principalmente na escola.
A ideia do economista é a de que as grandes dificuldades enfrentadas na infância tendem a dificultar aos jovens uma busca por conhecimento e por estudos no futuro, o que tende a acirrar as desigualdades.
Ampliação dos benefícios
Grande parte da discussão se pauta também no bolsa família, que pode mudar de nome a qualquer momento. Seja qual for o slogan adotado, o programa é a base de uma tentativa de tirar milhões de pessoas da extrema pobreza.
O auxílio emergencial, no valor e na quantidade que está sendo pago, poderia ser uma boa opção se mostrou bem eficaz, no entanto, é importante entender que não se sustenta a longo prazo.
Solução
A solução para a extrema pobreza no Brasil passa pela geração de empregos e propiciação de uma vida digna aos cidadãos.
Ainda que os auxílios ajudem em um momento inicial, o ideal para o país é ter um projeto que lhe permita dar sustento real às pessoas.