O crime organizado do Rio de Janeiro está preocupado com o meio ambiente na comunidade da Rocinha, isso porque nos últimos meses as chuvas acabaram causando diversas enxurradas, deslizamentos e até mesmo morte em decorrência do acúmulo de lixo na favela.
Para evitar novos problemas ligados a esta questão, os traficantes do morro espalharam cartazes por toda a comunidade com a seguinte mensagem:
“Por favor, não jogue lixo no beco! Caso contrário, varrerá até a Rua 1. Estamos de olho”
Uma foto foi divulgada com a mensagem “pregada” em uma parede e uma arma apontada para o aviso. As ameaças contra os moradores que jogam lixo nos becos foram colocadas na grande maioria nos pontos da parte mais alta da rocinha, um dos locais mais atingidos pelas chuvas nos últimos dias.
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Lixo nas ruas, um problema constante na Rocinha
Os avisos são uma forma de conter este grande problema que assola a Rocinha a muitos anos. Mas diante das tragédias que ocorreram em 2019 por conta das chuvas, muitos moradores estão cobrando mudanças com relação aos lixos gerados pela comunidade.
A ameaça foi confirmada por moradores, que dizem que as mudanças são necessárias, mas o clima de viver sobre estas ameaças não é bom. Outros disseram que basta seguir as regras que tudo ficará bem.
Todo o lixo que é jogado de forma irregular na favela acaba entupindo os bueiros, aumentando o risco de inundações durante os períodos de chuva mais fortes no Rio de Janeiro. Neste primeiro semestre de 2019 dezenas de famílias ficaram desabrigadas e perderam seus pertences por conta das chuvas e alagamentos.
No início deste ano, a doméstica Adriana Maria dos Santos, de 44 anos, acabou falecendo em decorrência do desabamento de sua casa, após o deslizamento. Muitos foram afetados e a correnteza acabou arrastando outros moradores morro a baixo, mas que felizmente acabaram sobrevivendo.
Fim da guerra na Rocinha?
Este ano de 2019 tem sido ótimo para a Rocinha na questão de paz. Se em 2017 os moradores viveram momentos de tensão por conta de uma guerra entre facções para o controle da comunidade, hoje há uma estabilização na região, não havendo mais ameaças de grupos rivais.
Inclusive confrontos entre PMs e traficantes tem se tornado cada vez mais raros, mesmo com a presença da UPP na comunidade.