Político protocolou pedido de renúncia do valor superior a R$ 34 mil que seria disponibilizado ao longo de seu mandato
Na manhã desta quinta-feira, o vereador Juliano Soares da Silva, o Juba (PSDB) protocolou junto à Diretoria Legislativa da Câmara de Vereadores o pedido de renúncia da verba destinada ao custeio de combustível.
Conforme Juba, sua decisão tem caráter irrevogável e o que lhe motivou a fazer isso foi o fato da política estar desacreditada perante a população.
“Durante a campanha, percebemos que o pessoal está desacreditado com a política atual. Uma das minhas plataformas é combater os privilégios. Não acho correto misturar o público e o privado. Tenho minha profissão (advogado), utilizo meu carro para transportar minha família para seus compromissos e não acho direito fazê-lo com verba pública. Acredito que na crise em que vivemos necessitamos de atitude e posturas como essa”, explica o vereador.
Cada vereador tem direito a receber Cotas de Manutenção de Atividade Parlamentar. Entre os benefícios, estão verba para serviços de correio, para Xerox, para material de escritório, além de 200 litros de gasolina por mês, conforme resolução da mesa Nº 013/2012 (contrato nº 01/2016), fixado o valor para o litro de combustível é de R$ 3,58).
Ou seja, abrindo mão do benefício, Juba deixa de usar R$ 716 por mês, R$ 8.592 por ano, o que significa uma economia de R$ 34.368,00 nos quatro anos de mandato.
Além de abrir mão do valor da combustível, o vereador está em busca de informações para renunciar o valor da verba destinada à telefonia.Nesse caso, cada vereador tem direito a utilizar um aparelho (um Fixo e um Móvel) com suas respectivas linhas, no valor de R$ 550 mensais.
Ao ser questionado sobre o atitude de Juba, o vereador Valdir Oliveira (PT) revelou que gostaria que esse assunto fosse discutido pela Mesa Diretora para que houvesse, quem sabe, um consenso e um cancelamento parcial ou total desse benefício para todos os vereadores. “Seria bom que houvesse uma decisão entre todos para não ficar pipocando uma decisão de um ou de outro. Afinal, para haver um impacto efetivo seria melhor que fosse discutido e aderido por todos”, acredita.
Já o presidente da Câmara, Admar Pozzobom, diz respeitar a recusa do colega de partido, porém afirma que em seus oito anos de mandato nunca renunciou da verba em função de ter um gabinete móvel, que está sempre nos bairros da cidade, em prol da população.
“Acredito que , em algum momento, faria falta se não houvesse esse benefício. Acredito que quem trabalha em prol da comunidade e exerce seu mandato com responsabilidade faz bom uso dessa cota que é um direito”, ressalta o presidente da câmara.
Segundo Admar Pozzobom, se o debate chegar à Mesa Diretora, como sugeriu Valdir, o tema será discutido. “Onde pudermos cortar gastos o faremos. E estamos sempre abertos ao diálogo”, finaliza.
Até o fechamento dessa edição, Admar Pozzobom ainda não havia recebido oficialmente o documento do vereador Juba, em que ele abre mão da verba destinada à compra de combustível. Segundo ele, isso deve ocorrer nos próximos dias.