A nomeação do Pastor Milton Ribeiro para o Ministério da Educação é mais uma vitória da bancada evangélica no governo Bolsonaro. A nomeação, que vinha sendo pedida pelos parlamentares da bancada, foi publicada no Diário Oficial na tarde a última sexta-feira (10).
Antes de optar por Milton Ribeiro, o governo havia nomeado Carlos Alberto Decotelli, que sequer tomou posse, deixando o cargo cinco dias após a nomeação, em virtude de diversas contestações ao currículo acadêmico apresentado por ele. Renato Feder era o mais cotado para assumir o cargo, mas após ser fritado nas redes sociais pela ala ideológica do governo, declinou do convite.
Milton Ribeiro já começa a enfrentar as primeiras contestações, em meio à divulgação de vídeos de sua atuação como pastor, onde defende, inclusive, a utilização de castigos físicos como forma de educar. O novo ministro tem de estar preparado, pois o histórico do Ministério da Educação com Ricardo Vélez, Weintraub e Decotelli deixou todos atentos a qualquer deslize que possa ser cometido.
Os desafios do MEC
Um dos primeiros desafios do novo ministro da educação é decidir qual será o parecer da Câmara de Ensino Básico do Conselho Nacional de educação com relação ao retorno às aulas dos estudantes tanto das escolas públicas quanto privadas.
Há consenso que a indicação do Conselho será a de que, neste ano, em virtude do prejuízo causado pela quarentena, as escolas deixem de reprovar os alunos. Apesar da autonomia das escolas privadas e dos Estados, as orientações costumam ser seguidas.
Outro problema a ser resolvido é o que diz respeito aos dias letivos. Os 200 dias de aulas obrigatórios foram flexibilizados, com a inclusão do ensino à distância, entretanto, parece claro que nem todas as escolas conseguirão cumprir as 800 horas exigidas pelo Ministério da Educação.
O Conselho de Educação
Ainda que o novo Ministro da Educação tenha certa autonomia, é bom lembrar que, antes de sua nomeação, o presidente Jair Bolsonaro indicou novos integrantes para compor o Conselho de Educação. Os indicados na maioria ligados à ala ideológica e ao ex-ministro Abraham Weintraub podem dificultar o trabalho do novo ministro.